"Os setores mais atrativos da bolsa brasileira hoje são mineração, telecomunicações, mídia e tecnologia, além de bens de capital. A avaliação faz parte de um relatório denominado "Em Busca de Valor", assinado pelos analistas Marcelo Audi e João Noronha, da Santander Corretora. Enquanto esses são os mais interessantes, as ações ligadas aos segmentos de agronegócios, siderurgia, petróleo, gás, petroquímico e imóveis para aluguel aparecem entre os menos atraentes para o investidor no momento.
O levantamento realizado pelos dois analistas se baseia numa análise de valor relativo - isto é, o estudo de uma ação ou setor em relação à amostra da corretora. O relatório deixa claro que a análise não avalia o valor absoluto de cada papel. "Indiscutivelmente, podem existir momentos extremos no mercado em que as ações/setores sejam mais ou menos atrativas. Essa verificação teria que provir da análise do valor individual de cada ação/setor, o que está fora do escopo de nossa abordagem relativa", ressalta o texto do relatório.
Para as ações cobertas pela equipe de análise do Santander (excluindo-se as instituições financeiras), a corretora avaliou 11 parâmetros relacionados a retorno, alavancagem financeira, fluxo de caixa e crescimento. Para compor a amostra de papéis, das 114 ações brasileiras avaliadas pela corretora, foram excluídas aquelas com volume médio diário inferior a R$ 3 milhões na bolsa e as instituições financeiras. Com isso, a amostra resultou em 78 papéis analisados. Sob o ponto de vista desse tipo de análise de valor, quanto menor a pontuação obtida, mais atrativa está a ação ou setor.
Na área de mineração, as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) classe A da Vale são as que se destacam, enquanto na parte de telecomunicações são os papéis ordinários (ON, com direito a voto) da TIM e as preferenciais da Telefônica Brasil.
Interessante notar que, apesar de o setor de energia e saneamento aparecer apenas na quinta posição entre os mais atrativos da bolsa hoje, há quatro ações de elétricas entre as mais interessantes: Copel PNB, AES Tietê PN, Eletrobrás PNB e Cesp PNB. O mesmo acontece com o segmento de transportes, no qual as ONs da Embraer se sobressaem, assim como as da MRV e Tecnisa entre as construtoras.
Já no segmento de bens de capital, destaque para as preferenciais da Randon - a empresa atua nos segmentos de carrocerias de caminhões, implementos agrícolas, rodoviários, ferroviários, veículos especiais e autopeças.
Entre os papéis menos atrativos neste momento, segundo os critérios de valor relativo da Santander Corretora, quatro deles são de empresas ligadas ao grupo EBX: MPX Energia, que atua na geração de energia elétrica e exploração de carvão; OGX, da área de exploração e produção de petróleo e gás natural; LLX, que atua no segmento de logística; e MMX, de mineração.
No setor de siderurgia, os destaques negativos ficam com Usiminas PNA e CSN ON. Embora o segmento de alimentos e bebidas não apareça entre os menos atrativos no levantamento, duas ações figuram entre as menos interessantes nesse momento: Marfrig ON e JBS ON. O mesmo ocorre com transporte, no qual TAM PN se destaca negativamente, de acordo com o relatório do banco espanhol.
Já na área de celulose, as preferenciais classe A da Suzano estão entre as menos atrativas e, no segmento de agronegócios, as ordinárias da Cosan. Na categoria "imóvel para aluguel", as menos interessantes são as empresas de shopping centers BR Malls ON e Multiplan ON. Quando analisadas também as instituições financeiras, esse setor ficou em quinto lugar. Em termos de ações, de uma amostra de 86 nomes, as empresas do setor financeiro com melhor classificação foram BM&F Bovespa ON, Banco do Brasil ON, Redecard e Cielo."
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