segunda-feira, 25 de junho de 2012

Imersão na história do trabalho e emoção em lançamento de livro no TRT (Fonte: TRT 3ª Reg.)

"Foi lançado hoje, na sede do TRT-MG, em Belo Horizonte, pelo Projeto Leis & Letras, da Escola Judicial do tribunal, o livro: O que há de novo em Direito do Trabalho, em homenagem aos desembargadores Alice Monteiro de Barros e Antônio Álvares da Silva, que proferiu palestra sobre o tema Direito do Trabalho no século XXI.
Coordenada pelos desembargadores Luiz Otávio Linhares Renault, 2º vice-presidente do TRT e diretor da Escola Judicial e Márcio Túlio Viana, aposentado, e pelas professoras Fernanda Carolina Fattini, Isabela Márcia de Alcântara Fabiano (servidora do Tribunal) e Sara Costa Benevides, a obra passa em revista a jurisprudência sedimentada e as leis que vieram a lume depois de 1997 - ano de publicação do livro anterior, sob o mesmo título -, sem se esquecer de projetos de lei, convenções da OIT e aportes doutrinários sobre temas polêmicos.
Deoclecia Amorelli Dias, presidente do tribunal, agradeceu aos referidos coordenadores, que tornaram possível a obra, e asseverou que os homenageados são dos mais destacados e proficientes desembargadores do TRT mineiro. Ela disse que Antônio Álvares é conhecido pela arguta inteligência, e que não por acaso é autor de vários livros e incontáveis artigos publicados em jornais de grande circulação, além de ser responsável por elaborar idéias instigantes, inspiradoras e renovadoras tanto do ponto de vista específico do Direito quanto de questões gerais do nosso cotidiano. Para ela, ele se destaca também pela habilidade no dedilhar da viola e por ser "um homem de trato afável para com todos".
Sobre Alice, a presidente salientou que a aparência suave e delicada não é capaz de esconder toda grandeza interior e sua força de caráter, "uma mulher admirável". Muito emocionada, a presidente observou que a figura distinta de Alice impõe por si só natural respeito das demais pessoas. Deoclécia destacou também a coerência das idéias, o comportamento ético, o trabalho diário, árduo, sem descanso, e a perfeição com que Alice Monteiro de Barros realiza todas as atividades a que se propõe desempenhar. Disse que as obras da homenageada são memoráveis e indispensáveis para os bons profissionais do Direito. Para a presidente, Minas Gerais se orgulha de abrigar Alice em seu seio e este Tribunal se orgulha ainda mais de tê-la em seus quadros desde 1978, como juíza, e como desembargadora a partir de 1991.
Já com dificuldades para conter o choro, Deoclecia citou Roberto Carlos para falar da amizade e do orgulho de ser amiga de Alice, com quem convive desde os tempos de faculdade: "Como na canção do Roberto Carlos, Resta em minha lembrança muito do que já vivemos, resta em minha lembrança o som de sua voz ecoando em minha memória, em um murmúrio de saudade dos tempos de faculdade, na mesma sala e muitas vezes dividindo o mesmo banco, e de quando, juntas, começamos a trabalhar na mesma data, em 1970, no Sindicato dos Comerciários (...) e quando voamos, pela primeira vez, rumo a Brasília, assustadas e ao mesmo tempo deslumbradas pela conquista do espaço (...), tenho a honra de ter compartilhado parte do seu percurso e de vê-la se transformando em referência para juristas de todo o país, integrando com esplendor a cultura jurídica brasileira".
A presidente também ressaltou a contribuição de Alice na formação ética e jurídica de operadores do direito: "Felizmente a nossa sociedade, tão carente de valores éticos, morais e de conhecimentos jurídicos, pôde contar com a valiosa colaboração da magistrada e professora Alice para o seu aprimoramento, embora não seja inoportuno reconhecer que por mais que o tempo passe a sua presença estará entranhada para sempre nos muitos juristas por ela formados e informados. A amiga de Alice usou versos de Cora Coralina pala falar da grandeza da sua força para superar as dificuldades encontradas pelo caminho: "Não esqueço das palavras de Cora Coralina perfeitamente aplicáveis à Doutora Alice: "Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores"... Muito obrigada por tudo, amiga Alice".
O desembargador aposentado, professor Márcio Túlio Viana, um dos coordenadores da obra, justificou a homenagem aos dois desembagadores: "Quando se quer homenagear uma pessoa, pode-se usar,uma placa, um discurso, um ramalhete de flores, mas quando se quer homenagear um professor, um mestre, a melhor homenagem é o livro, pois o livro simboliza a vida do professor, eterniza as lições do professor, mesmo quando nós nos vamos, o livro fica, as palavras permanecem, e mesmo quando as palavras são eventualmente esquecidas, o livro, fisicamente falando, continuará no fundo da biblioteca ou talvez perdido no meio de outros livros num sebo de São Paulo ou do Rio de Janeiro".
Sobre os homenageados, Márcio Túlio, disse que a professora Alice deixou marcas de vida no tribunal: "Enquanto juíza, Alice Monteiro de Barros, deixou marcas de vida no tribunal, enquanto juíza, uma juíza séria, inteligente, competente; enquanto professora, uma professora querida por seus alunos, uma professora com uma didática extraordinária, que cobrava muito, mas que ao mesmo tempo doava muito". Já a respeito do Professor Antônio Álvares, assegurou tratar-se de um dos ícones do nosso Direito. "Mais do que um mestre, um professor, é alguém que avança para além do seu próprio tempo, mais do que um professor, é um filósofo do Direito", salientou o coordenador."
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