sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Trabalhadores de moageiras têm problemas sérios de saúde (Fonte: MPT)


"Itapemirim (ES) – Um quinto dos trabalhadores das empresas de moagem de calcário do Sul do Espírito Santo tem problemas irreversíveis de saúde. O alerta foi feito durante o seminário Saúde e Segurança do Trabalho e Meio Ambiente em Moageiras de Rochas Calcárias, realizado nessa quarta-feira (17), em Cachoeiro de Itapemirim (ES). No evento, os dados de pesquisa realizada pela Fundacentro desde 2010 foram divulgados. Ao visitar 36 empresas nos municípios de Castelo, Cachoeiro e Vargem Alta, os pesquisadores da instituição constataram a necessidade de melhorar o ambiente de trabalho dos cerca 1,5 mil empregados do setor.
No estudo, 246 pessoas foram entrevistadas e fizeram exames médicos e radiológicos. A médica do Trabalho Elizabeth Mendonça, técnica da Fundacentro que participou da pesquisa, constatou sérios problemas de saúde entre os trabalhadores. “A quantidade de poeira no ambiente de trabalho era muito elevada. Nos exames, detectamos que cerca de um quinto dos trabalhadores apresentam problemas pulmonares. São sintomas crônicos e alterações crônicas irreversíveis”.
Em 2011, o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Cachoeiro de Itapemirim realizou uma audiência pública com as empresas do setor para que elas assinassem termos de ajustamento de conduta (TACs) comprometendo-se a diminuir a emissão da poeira. O prazo para o cumprimento das obrigações assumidas termina, para algumas empresas, em fevereiro de 2013, quando nova fiscalização será feita.
O procurador do Trabalho José Manoel Machado lembra que a empresa que não estiver cumprindo alguma das obrigações firmadas será acionada judicialmente pelo MPT. “Cobraremos judicialmente as multas estabelecidas nos TACs e também a obrigação de fazer. Acreditamos, no entanto, que as empresas cumprirão com suas obrigações”.
Conscientização – O MPT em Cachoeiro também promoverá reuniões com as prefeituras dos municípios da região para sensibilizar o poder público para a necessidade de melhorar as estradas por onde circulam os caminhões que transportam o calcário. Como nenhuma das estradas tem pavimentação, o grande número de veículos contribui para elevar os índices de poeira no entorno das moageiras."



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