sexta-feira, 8 de abril de 2011

“Vale: ganho da diretoria sobe a R$83 milhões” (Fonte: O Globo)


“Autor(es): agencia o globo: Danielle Nogueira, Henrique Gomes Batista e Fernando Eichenberg

 
Novo presidente, Murilo Ferreira começa transição na empresa participando de reunião com diretores e Roger Agnelli 


RIO e WASHINGTON. A Vale elevou a previsão de remuneração da sua diretoria-executiva este ano para R$83,3 milhões. Em 2010, foram distribuídos R$79,4 milhões. O cálculo inclui salário, benefícios diretos e indiretos e bônus. A elevação total significa um aumento de 4,9% - menos que a inflação oficial do ano passado, que foi de 5,91%. A proposta será apreciada em assembleia de acionistas no dia 19 de abril, ocasião em que serão eleitos os novos membros do Conselho de Administração.

O aumento na previsão de remuneração não significa que o futuro presidente da empresa, Murilo Ferreira, vá ganhar mais que o atual, Roger Agnelli, cujos ganhos são estimados em R$15 milhões anuais pelo mercado. Segundo explicações de um conselheiro, a alta se deve ao número de membros da nova diretoria. Quando a previsão de remuneração para 2010 foi feita, a Vale tinha cinco diretores-executivos, além do diretor-presidente. Após uma reestruturação organizacional, a empresa criou mais duas diretorias: Fertilizantes (ocupada por Mário Alves Barbosa Neto) e Exploração, Energia e Projetos (Eduardo Jorge Ledsham), elevando o número de diretores-executivos para oito ao fim do ano passado.

Por uma praxe da empresa, as previsões são feitas com uma certa folga. Por isso, a companhia está considerando dez membros para 2011, o que daria R$8,3 milhões por ano para cada um, caso a divisão fosse equânime. Em 2010, foram considerados sete membros, número que acabou sendo ultrapassado no fim do ano.

Reuniões com diretores para "tomar pé" da empresa

O futuro presidente da Vale, Murilo Ferreira, já se reuniu ontem com a diretoria da empresa, no Rio, para começar a tratar da transição no comando da mineradora. No evento também estava presente o atual presidente da companhia, Roger Agnelli, que ficará no cargo até 21 de maio. Segundo interlocutores, o encontro foi cordial. Ferreira e Agnelli definiram uma agenda de trabalho para as próximas semanas, que servirá de base para novos encontros até que o novo presidente tome posse.

Segundo fontes da empresa, o futuro presidente deve se reunir individualmente com cada diretor para "tomar pé" dos projetos. O próximo encontro está previsto para semana que vem. Hoje, o Conselho de Administração da Valepar, holding que controla a Vale, se reúne para referendar a indicação de Ferreira para a presidência da mineradora. A decisão foi anunciada na segunda-feira à noite.

Lula: "Vou chamar Roger para trabalhar comigo"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem ver "com naturalidade" a troca de comando na Vale, com a saída de Roger Agnelli, e acrescentou que "ninguém é imprescindível nem insubstituível".

- Aliás, eu tive a oportunidade de dizer isso ao amigo Roger há uns dez dias. Acho que se o Conselho da Vale e os fundos de pensões que têm forte participação entendem que deve mudar, precisamos ver isso com naturalidade. Quando o Roger foi indicado para o Conselho, ele era um desconhecido. A alternância de poder vale na política e na vida empresarial - sustentou em um evento em Washington.

Lula não acredita em interferência do mercado na troca provocada pelo governo:

- Não foi o mercado quem indicou o Roger. Houve acordo entre o Conselho, a Mitsui e o governo da época em que ele foi indicado. Eu não deveria estar comentando isso. Mas é decisão do governo e devemos encarar com muita naturalidade, e acreditar que a pessoa que está sendo indicada vai prestar os mesmos serviços à Vale e ao país que o Roger prestou.

O ex-presidente evocou a mudança na direção da Petrobrás, quando indicou José Eduardo Dutra para o comando.

- Todo o mundo dizia: "será que o mercado vai gostar?". Eu não pedi ao mercado para ser eleito. Não sei nem se o mercado votou em mim. Eu mudei, e a Petrobras é o sucesso que é. E a Vale vai continuar sendo um sucesso. Só posso torcer que o companheiro que entrar, que não sei quem é, tenha sucesso e que o Roger tenha sucesso. O Roger é tão bom que acho que vou levá-lo para trabalhar comigo no instituto - disse.”

 
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