sexta-feira, 8 de abril de 2011

“Mantega descarta aumento de preços, mas Gabrielli, não” (Fonte: Valor Econômico)


“O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, divergiram ontem, publicamente, sobre os preços da gasolina. Em São Paulo, o presidente da estatal disse que, se os preços do petróleo no mercado internacional permanecerem no atual nível, a estatal terá de reajustar os valores praticados no mercado interno. Mantega, em Brasília, afirmou o contrário. "Não está prevista alta da gasolina", disse ele.
"Caso se configure uma estabilização do petróleo no mercado internacional, nós vamos ter de alterar os preços do petróleo no Brasil e, consequentemente, os preços de derivados no Brasil", explicou Gabrielli, depois de encontro com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes.
Na semana passada, o diretor-financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, havia dito que a estatal não faria nenhuma alteração no preço da gasolina devido à volatilidade do preço do barril de petróleo no mercado internacional. "Não há perspectiva de mudança no preço da gasolina porque ainda não temos essa situação [do Oriente Médio] definida", disse o diretor ao sair do Fórum Econômico Brasileiro, em São Paulo, dia 29 de março.
Gabrielli ponderou, no entanto, que ainda não está clara a direção da commodity no mercado externo. "Não está muito claro se os preços serão estabelecidos neste patamar", disse. Ele comentou que o petróleo tipo Brent, ontem cotado a US$ 120 o barril, há dois meses estava a US$ 100. "É uma variação [de 20%] muito grande", disse.
Ao mesmo tempo, ressaltou o executivo, a gasolina tipo A (sem adição de álcool) vendida na refinaria da Petrobras está com o mesmo preço desde maio de 2009. "Não houve alteração alguma. O valor está em torno de R$ 1 o litro", disse. Já a gasolina que chega ao consumidor - com adição de até 25% de álcool - subiu nos últimos meses porque a comercialização envolve o distribuidor, o preço do álcool e impostos estaduais.
Questionado sobre o tempo a Petrobras precisa para avaliar se será necessário reajustar o preço da gasolina ou não, Gabrielli disse que "tudo depende da volatilidade, nunca é possível responder a essa pergunta".
Mantega, em Brasília, descartou aumento no preço da gasolina durante a entrevista coletiva para o anúncio de novas medidas cambiais, no início da noite em Brasília. Ele também disse que a partir de maio o preço do álcool comerá a cair. Segundo ele, essa sazonalidade antecede o período de colheita e é normal que haja aumento de preços no início do ano. "Depende do período de chuvas. Em abril começa a ser colhida a nova safra e em maio já há mais oferta e o preço começa a cair", concluiu.
A Petrobras teve de recorrer ao mercado internacional para atender ao aumento do consumo de gasolina no Brasil, após a disparada dos preços do álcool. Segundo Gabrielli, um carregamento com gasolina chega ao país no dia 15. Caso a demanda continue crescendo, a estatal deverá importar mais.
"A carga que chega no dia 15 é uma carga de reserva para analisar o comportamento da demanda. Se ela continuar crescendo, já estamos no limite da capacidade de produção e teremos de importar mais", afirmou Gabrielli. O executivo ponderou, porém, que isso poderá não acontecer caso a oferta de etanol aumente até lá e o seu preço caia, o que pode retrair a demanda por gasolina. (Colaborou Fernando Travaglini, de Brasília)”

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