terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Guerra pelo BB pode acabar nos tribunais (Fonte: Correio Braziliense)

"Briga por poder no BB tem quebra de sigilo.
A denúncia de vazamento de extratos bancários de um ex-vice-presidente do Banco do Brasil é mais um capítulo da disputa pelo poder na instituição. O funcionário, exonerado no ano passado, ameaça ir à Justiça contra os responsáveis pela quebra do sigilo

Extratos bancários que circulam pelo governo mostram que ex-executivo do banco movimentou R$ 1 milhão em apenas cinco meses
A disputa de poder dentro do Banco do Brasil pode acabar na Justiça. Motivo: desde ontem, passaram a circular livremente, na Esplanada dos Ministérios, extratos bancários de Allan Toledo Simões, que, no fim do ano passado, foi demitido da vice-presidência da área Internacional da instituição. Os documentos mostram que, entre fevereiro e junho do ano passado, foram feitos cinco depósitos de R$ 200 mil cada na conta do ex-executivo, totalizando R$ 1 milhão, movimento que está sendo investigado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), por suspeita de lavagem de dinheiro.
A amigos, Simões disse estar sendo usado como bode expiatório pelos dois grupos que querem o comando do BB e da poderosa Previ, o fundo de pensão dos funcionários do banco. De um lado, está o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, responsável pela demissão de Allan Simões. De outro, Ricardo Flores, principal executivo da fundação que administra mais de R$ 150 bilhões em ativos. Ambos não trocam uma palavra há quase um ano e alimentam uma guerra que já engolfou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e seu secretário executivo, Nelson Barbosa.
Ânimos exaltados
No Palácio do Planalto, acredita-se que os envolvidos na batalha do BB estariam sustentando o noticiário sobre a possível demissão de Mantega e a sua substituição por Barbosa. O ministro foi o responsável pela nomeação de Bendini, que, logo depois da posse da presidente Dilma Rousseff, passou a almejar o comando da Previ. Por interferência de Barbosa, porém, Ricardo Flores acabou sendo o escolhido, pois o preferido para o cargo, Paulo Rogério Cafarelli, havia sido limado do jogo diante de denúncias de um possível favorecimento a Marina Mantega, filha do chefe da Fazenda.
Pelos relatos de amigos de Simões, que recebeu R$ 2 milhões em indenizações do BB, os depósitos que estão sendo investigados pelo Coaf decorreram da venda de um imóvel em São Paulo.
O apartamento pertencia à madrinha de casamento do ex-executivo. Ela é chamada de Liumara, tem 71 anos e está com câncer. Como não tem herdeiros, decidiu dar uma procuração a Simões para que ele movimentasse seus bens. A conta na qual o ex-vice do BB recebeu o dinheiro foi aberta na mesma agência em que ele recebia seus salários como funcionário do banco — completaria 30 anos de trabalho em março.
Aqueles que conversaram com Simões nos últimos dias garantem que ele está contratando um advogado para processar os responsáveis pela quebra de seu sigilo bancário.
"Allan Simões dispõe de todos os documentos para comprovar, na Justiça, que o dinheiro que passou pela conta dele tem origem legal", disse um dos amigos ouvidos pelo Correio.
Ciente de que o caso pode acabar em um escândalo monumental, o Planalto escalou emissários com o intuito de acalmar os ânimos. Isso passará, inclusive, pela reformulação do Conselho Deliberativo da Previ, pois os mandatos de vários integrantes vencerão em maio. Quem assumir a presidência do Conselho, hoje ocupada por Robson Rocha, ligado ao PT e vice-presidente de Gestão de Pessoas do BB, terá poder até para destituir Ricardo Flores da presidência executiva do fundo de pensão.
Europeus denunciam Brasil e Argentina
A Comissão Europeia denunciou ontem o Brasil e a Argentina na Organização Mundial do Comércio (OMC), órgão que regula as trocas de mercadorias no mundo. A alegação foi a de que os dois países têm adotado políticas protecionistas, ao restringir a entrada de produtos europeus em seus mercados consumidores. A crítica ao Brasil foi referente ao aumento de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis importados e ao endurecimento do controle alfandegário sobre a compra de produtos têxteis. Em relação à Argentina, a Comissão destacou as restrições às agências de seguros. O país comandado por Cristina Kirchner definiu que somente as firmas nacionais ou com operações locais podem realizar certos serviços nesse setor."

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