segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Bendine e Maria Fernanda serão mantidos no #BB e #CEF (Fonte: Valor Econômico)

"Autor(es): Paulo de Tarso Lyra | De Brasília
Valor Econômico - 03/01/2011

A presidente Dilma Rousseff vai manter os presidentes dos dois principais bancos públicos brasileiros - Aldemir Bendine no Banco do Brasile Maria Fernanda Ramos Coelho na Caixa Econômica Federal-, repetindo a decisão tomada em relação ao BNDES, onde permaneceu Luciano Coutinho. Mas deve promover mudanças no comando dos bancos regionais, como já informou a aliados. Ela quer nomes com perfil mais técnico que político na presidência do Banco do Nordeste (BNB) e Banco da Amazônia. Os governadores do Nordeste pretendem se reunir para apresentar um nome de consenso para a presidente.
Dilma decidiu não promover mudanças na Caixa Econômica e no BB. Principalmente na Caixa, onde a gestão de Maria Fernanda Ramos Coelho rendeu vários elogios da presidente. Além do fato de ser mulher, Dilma tem dito a interlocutores que a atuação de Maria Fernanda no cargo superou todas as expectativas e que a Caixa está "totalmente comprometida com as políticas de governo". Semana passada, a Caixa atingiu a meta de um milhão de casas contratadas no programa Minha Casa Minha Vida, um dos pilares da campanha de Dilma à Presidência.
Bendine também está fortalecido no cargo. O atual diretor-presidente, que, assim como Maria Fernanda em relação à Caixa, é funcionário de carreira do Banco do Brasil, começou como menor aprendiz e chegou ao mais alto cargo na burocracia do banco em um momento delicado: a crise financeira internacional.
Conseguiu capitalizar-se politicamente ao comandar a expansão do crédito em um momento de pouca liquidez mundial. Em vários discursos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou o papel dos bancos públicos no enfrentamento da crise financeira internacional. Dilma concorda com a avaliação.
A permanência dos dois presidentes não elimina a possibilidade de mudanças pontuais nas demais diretorias de cada banco. Mas especialistas ouvidos pelo Valor acreditam que elas funcionariam como acomodações naturais, sem dependência às negociações políticas e alguma insatisfação quanto aos resultados.
As mudanças mais profundas virão nos bancos regionais. Como Dilma tem um perfil de gestora, ela pretende profissionalizar as instituições de fomento regional. Durante as negociações para a composição do Ministério, comentou-se entre aliados que o Banco do Nordeste entraria na cota do PSB. Mas o partido saiu menor do que esperava na composição ministerial e as conversas não evoluíram. Os governadores Cid Gomes (CE) e Eduardo Campos (PE) pretendem reunir os demais governadores da região para buscar, então, um nome de consenso. O perfil técnico exigido por Dilma será respeitado, mas eles não querem um executivo alheio à influência política dos caciques locais.
O desejo de Dilma dificulta também os planos da ex-governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), de presidir o Banco da Amazônia(Basa). Depois de ser derrotada na tentativa de reeleição, Ana Júlia esperava assumir o comando do banco regional para manter-se em evidência politicamente. Contra ela ainda pesa o fato de Dilma não ser simpática à política paraense. Assim como Lula, Dilma considerou a gestão de Ana Júlia, no Pará, "desastrosa"."

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