sexta-feira, 19 de julho de 2013

Greve de trabalhadores ameaça abastecimento de cerveja no país (Fonte: Blog do Esmael)

"O presidente da Força Sindical do Paraná, Nelson Silva de Souza, o Nelsão, acusa a direção da Heineken de promover discriminação com os trabalhadores paranaenses; na matriz, em Jacaraí (SP), o PLR é de R$ 7 mil e a média salarial é de R$ 3 mil; na fábrica de Ponta Grossa, no Paraná, a empresa oferece R$ 1.800 de PLR e salário-base de R$ 871, valor que é inferior à menor faixa salarial do piso mínimo regional no estado; trabalhadores reivindicam R$ 4 mil de PLR para todos os trabalhadores e piso de R$ 950; greve pode comprometer abastecimento da cerveja em todo o país.
A greve na cervejaria Heineken de Ponta Grossa entrou hoje (18) no terceiro dia. Na assembleia desta manhã comandada pelo Sindibebidas e pela Força Sindical PR, os 180 trabalhadores da fábrica decidiram continuar com a paralisação iniciada na última terça-feira (16). Isso porque a empresa não apresentou nenhuma nova proposta de data-base. Nem ao menos chamou o sindicato para negociar. Houve apenas uma conversa informal em porta de fábrica do negociador da Heineken com o presidente do Sindibebidas, Jorge Pitela.
Segundo os grevistas, o representante da empresa veio com o velho discurso que não tem como atender as reivindicações dos trabalhadores, que o momento não é bom e etc. Disse também que vai pedir para a Justiça julgar a questão, coisa que o Sindicato e a Força não concordam.
A data-base da categoria venceu em 1º de abril, e devido a intransigência da empresa, os trabalhadores estão sem aumento desde então. Os funcionários reivindicam PLR de R$ 4 mil para todos os trabalhadores, aumento no vale-mercado de R$ 215 para R$ 300, piso salarial de R$ 950, 10,50% de reajuste salarial e fim do banco de horas.
Há duas semanas, a Heineken ofereceu 1.2 salários nominais de PLR para trabalhadores da fábrica (o que dá cerca de R$ 1.800) e 7 salários para diretores e gerentes; renovação do banco de horas; 7,50% de reajuste salarial (sendo apenas 0,31% de aumento real); e piso salarial de R$ 871 (valor que é inferior à menor faixa salarial do piso mínimo regional do Paraná). Essa proposta foi rejeitada em assembleia pelos trabalhadores. Depois disso, a empresa não apresentou nenhuma nova proposta.
Ontem (17), a direção da fábrica conseguiu interdito proibitório. Mesmo com os portões abertos, apenas 3 dos 180 funcionários entraram para trabalhar.
Discriminação
O presidente da Força Sindical do Paraná, Nelson Silva de Souza, o Nelsão, afirma existir uma discriminação da empresa com os trabalhadores paranaenses.
“Na planta matriz da Heineken, em Jacareí (SP), a PLR é de R$ 7 mil e a média salarial é de R$ 3 mil. Por que aqui é diferente, se a empresa é a mesma? É uma discriminação totalmente injusta e sem sentido contra o trabalhador do Paraná, ainda mais que a unidade daqui é uma das mais produtivas entre todas as fábricas, inclusive ganhando prêmios por produção e qualidade”, critica o líder sindical.
A Força PR está apoiando a luta dos trabalhadores, juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Cervejas e Bebidas de Ponta Grossa (Sindibebidas). “Se a empresa continuar intransigente e não sentar para negociar, a greve vai continuar”, avisa o presidente do Sindibebidas, Jorge Pitela."

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