quarta-feira, 3 de abril de 2013

Comissão da Verdade apura crimes contra trabalhadores (Fonte: Valor Econômico)

"A Comissão Nacional da Verdade (CNV) vai apurar violações de direitos contra o movimento sindical e trabalhadores durante a ditadura civil-militar. A iniciativa, levada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) à presidente Dilma Rousseff em fevereiro, foi acolhida pela comissão na última semana durante uma reunião da central sindical com a advogada Rosa Cardoso, integrante da CNV. O objetivo é criar um novo grupo de trabalho - o décimo terceiro desde o início das atividades da CNV em abril de 2012 - que seja dedicado à violência contra os trabalhadores e conte com a participação efetiva das centrais sindicais.
No dia 15 de abril, a proposta será levada às maiores entidades do setor em uma reunião no escritório da Presidência da República em São Paulo. O convite será feito nos próximos dias à Força Sindical, Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), entre outras.
A expectativa da comissão é que sindicatos e centrais possam contribuir para a investigação com documentos e depoimentos. "Há uma cultura oral muito forte no meio sindical e eles terão muitas questões a lembrar que não estão registradas", disse Rosa Cardoso ao Valor.
Idealizadora da proposta, a CUT espera que a comissão ajude a esclarecer casos de assassinatos de sindicalistas. A central já entregou à CNV uma lista com mais de 100 nomes de trabalhadores mortos durante a ditadura, cujos assassinatos ainda não foram solucionados. "Queremos levantar todos os sindicatos que, no dia do golpe, foram fechados, sofreram intervenção, e também quantos líderes sindicais foram perseguidos, assassinados e quantos foram exilados", disse Expedito Solaney, secretário de Políticas Sociais da CUT. "Há um consenso dos sindicatos sobre como os trabalhadores foram prejudicados com o golpe e agora é o momento de resgatar essa memória histórica".
As linhas iniciais de investigação já estão traçadas e devem se concentrar nos casos de perseguição a dirigentes sindicais; intervenções promovidas pelo regime em sindicatos a partir do golpe de 1964; registro da destruição de patrimônio físico e documental dos sindicatos; e investigação de prisões, torturas e assassinatos de trabalhadores pelo regime ditatorial..."

Íntegra: Valor Econômico

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