terça-feira, 22 de maio de 2012

Banimento teria baixo impacto (Fonte: O Globo)

"Estudo econômico foi custeado pelas indústrias que produzem sem a fibra

SÃO PAULO e CAMPINAS. O Brasil já conta com fibras alternativas para substituir o amianto e os efeitos negativos da suspensão da fabricação de produtos com o mineral ficarão restritos ao segmento de mineração, que hoje emprega pouco mais de 400 pessoas. Essa é uma das conclusões de um estudo da Universidade de Campinas (Unicamp), conduzido pelos professores Ana Lucia Gonçalves e Carlos Raul Etulain, e que apoia a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de banir o mineral cancerígeno do território nacional.

A pesquisa foi custeada pela Associação Brasileira da Indústria de Fibrocimento (Abifibro), que reúne a indústria que produz sem amianto.

- Não é verdade que haverá impacto econômico negativo com o fim da produção de amianto no Brasil - diz Etulain, referindo-se a um trabalho feito à pedido do Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que aponta impactos negativos sociais e empresariais se houver proibição da fibra.

Segundo os professores da Unicamp, a alegação dos defensores do amianto de que os preços dos produtos com fibras alternativas seriam de 30% a 40% mais caros não é confirmada por pesquisas de preços que hoje incluem telhas ou caixas d"água feitas com materiais alternativos.

- O país não apenas conta com fibras alternativas ao amianto técnica e economicamente viáveis, como a substituição por essas fibras já está em processo avançado e é perfeitamente passível de ser completada em um curto espaço de tempo - salientam os professores da Unicamp.

Ana e Etulain dizem que, por um breve período, os preços dos produtos alternativos podem custar 10% a mais, alta que poderá ser compensada pela não necessidade de medidas de proteção especial na instalação, manutenção e reforma, em função da ausência de riscos para trabalhadores, além do custo menor de remoção e descarte de resíduos do amianto.

- Com a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, empresas que se apoiem em tecnologias e práticas agressivas ao meio ambiente terão que se responsabilizar por elas - diz Ana.

Na avaliação do Instituto Brasileiro de Crisotila, o estudo "não reflete a realidade dos fatos, uma vez que, em nenhum momento, se preocupou em avaliar todos os lados da cadeia produtiva"."
Extraído de http://oglobo.globo.com/

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