terça-feira, 17 de setembro de 2013

Eletrobras desperdiça energia intelectual (Fonte: Brasil Econômico)

"Por quatro décadas o engenheiro Luciano Carneiro atuou e acumulou conhecimento em atividades no Grupo Eletrobras. No auge da carreira, assessorou a presidência, trabalhando diretamente no planejamento do setor elétrico brasileiro. Mas, há cerca de um mês, deixou a empresa na mesma leva em que sairão, até 13 de dezembro, 4,3 mil empregados , que aderiram ao Plano de Demissão Incentivada (PDI), uma solução orçamentária para a companhia, após a imposição de queda de receita pelo governo. Carneiro irá abrir um instituto para repassar o conhecimento adquirido a novatos do setor, inclusive de concorrentes da estatal, e projeta atuar, até mesmo, em países da África, onde a Eletrobras ajudou a estruturar o sistema elétrico para, em seguida, retirar-se. Em trajetória semelhante, Alcimar Tomas, após 37 anos de dedicação, deixará a Eletrobras até o fim do ano para ser “taxista ou corretor de imóveis”. E Adilson de Souza, com 38 anos de experiência, “vai para casa para ficar um tempo sem planejar nada”.
“O problema do PDI é que não é a empresa que escolhe quem sai. É voluntário. E a tendência é que saiam os melhores, com mais possibilidade de recolocação no mercado. O impacto para a companhia depende da sua ambição. Se a intenção é alterar o papel estratégico que possui hoje, os danos são menores. Mas é claro que tem impacto”, ressalta o professor do Grupos de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ Edmar de Almeida.
Todo o conhecimento adquirido em décadas de trabalho na empresa responsável pela montagem e condução da infraestrutura elétrica no país será transmitido aos que permanecerão em seus cargos no curto período de cinco meses — de julho, quando o primeiro grupo de demitidos deixou a companhia, a dezembro deste ano, data da última saída em massa. Nesse intervalo de tempo, os que aderiram ao PDI são obrigados a preencher um formulário, no qual descrevem o cotidiano dos seus trabalhos, uma tentativa da empresa de reter o conhecimento, conta Tomas. “Preenchi rapidamente o formulário de repasse de conhecimento, o que teria que ter feito até o dia 18, mas não consegui. Nos próximos meses, aproveito para continuar transmitindo minha experiência a quem fica, no meu dia a dia”, afirma Tomas, responsável pela marcação de viagens de funcionários da controladora do grupo..."

Integra disponível em Brasil Econômico

Nenhum comentário:

Postar um comentário