segunda-feira, 17 de junho de 2013

Sindicalistas exigem direito à manifestação em Minas (Fonte: Minas Sem Censura)

"Em entrevista coletiva na Assembleia Legislativa, sindicalistas do setor público estadual, acompanhados de deputados do Bloco Minas Sem Censura, repudiaram a censura prévia do Governo de Minas, auxiliado pelo Tribunal de Justiça, de proibir manifestações em todo território estadual durante os jogos da Copa das Confederações. O líder do Bloco Minas Sem Censura, deputado Sávio Souza Cruz, deputados Rogério Correia e Ulysses Gomes e a deputada federal Margarida Salomão, prestaram apoio e solidariedade aos trabalhadores.
O Tribunal de Justiça de Minas concedeu liminar, requerida pelo Governo de Minas, contra o Sindipol e o Sind-UTE, proibindo as manifestações anunciadas para a segunda, 17/6, durante o jogo da Copa das Confederações. No texto, o desembargador Barros Levenhagen determina que as entidades sindicais “se abstenham de praticar os atos enunciados em seus pronunciamentos, especialmente os de embargar as vias de acesso ao Mineirão e de todo o seu entorno, bem assim às demais regiões e logradouros públicos situados no território estadual.”
O líder do Bloco Minas Sem Censura, deputado Sávio Souza Cruz, criticou a medida afirmando que “o governo do Estado chegou a um extremo grave. É preciso que a sociedade saiba disso e que o Judiciário reponha a normalidade do estado de direito em Minas Gerais. A liminar proíbe manifestação em todo o Estado, não apenas na área do Mineirão.”
A coordenadora do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, distribuiu nota de esclarecimento à imprensa, no qual conta o histórico e o motivo da greve por tempo determinado, marcada para os dias 17 e 18 de junho. “São três acordos assinados pelo Governo Anastasia que não foram cumpridos. Toda vez que o sindicato decide a greve, o governo tem tempo para chamar e negociar. Em 23/4 aprovamos o indicativo de greve. O governo teve até dia 5/6 para estabelecer o diálogo sobre as reivindicações, mas não houve negociação.”
No final da tarde desta quinta, 14/6, os sindicalistas foram surpreendidos pela medida cautelar. “O Tribunal de Justiça não nos ouviu. Poderia ter feito uma audiência, mas preferiu ficar do lado do governo. As manifestações são pactuadas. O Sind-UTE recorre hoje e vai denunciar o governador porque isso é crime contra a organização do trabalho”, denunciou Beatriz.
"A notificação judicial foi recebida às 18h45 de ontem (quinta, 13/6), depois do funcionamento regular do setor público", afirmou Denilson Martins, presidente do Sindipol/MG, Sindicato dos Policiais Civis, acrescentando: "o governo desconsidera a liberdade sindical. O Judiciário permite que o Estado interfira e nós vamos contestar", disse.
A presidente do SindUTE/MG, Beatriz Cerqueira, afirmou que os professores vão se concentrar na segunda, às 13h, na Igreja São José. "A Lei Geral da Copa garante o direito à manifestação.", afirmou. A concentração dos professores está marcada para 17/6, às 13h, na Igreja São José.
O coordenador do Sind-Saúde, Renato Barros, questionou: “não vale a Constituição? Vale o poder de governo? Vamos manifestar e é pela retomada de negociação séria e transparente”, disse depois de contar o descumprimento de acordo celebrado após a greve na Saúde do ano passado. De acordo com Barros, os servidores da saúde farão paralisação de alerta dias 22, 26 e 27 de junho, unificada com os servidores estaduais em campanha salarial.
Lindolfo Fernandes de Castro, presidente do Sindifisco/MG, reafirmou que a luta dos sindicatos pela autonomia e independência sindical não será sufocada por medidas autoritárias do governo estadual. “Não há democracia sem isso. O governo acha que sindicato é menino de recado entre ele e a base, mas não é. Liberdade e autonomia neste estado é utopia, tendo em vista a postura autoritária do governo.” Ele contou da ação judicial impetrada pelo governo tucano contra o sindicato, que tenta proibir a veiculação de campanha publicitária na TV e rádio sobre a situação do Estado e a campanha salarial da categoria. “Nós não vamos nos intimidar nem recuar na campanha”, afirma Lindolfo Castro. “É um absurdo essa ação. É uma censura a uma decisão tomada em assembleia da categoria. O governo Anastasia está interferindo na nossa liberdade de atuação sindical.”"

Nenhum comentário:

Postar um comentário