segunda-feira, 17 de junho de 2013

Amazonas registra mais de 82 mil casos de trabalho infantil (Fonte: Portal dos Movimentos Sociais)

"No Amazonas, existem pelo menos 82 mil casos de trabalho infantil. A irregularidade não está só nas ruas, mas também dentro das casas em serviços domésticos, onde é mais difícil fiscalizar e proibir.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de crianças e adolescentes trabalhando no Brasil diminuiu 13% entre 2000 e 2010. Apesar da queda, os números ainda são altos. Cerca de 3.400 milhões de crianças e adolescentes estão em situação de trabalho no país e, em determinadas faixas etárias, houve crescimento em algumas regiões, como a região Norte. No Estado do Amazonas o aumento foi preocupante.
De acordo com a procuradora do trabalho, Alzira Melo Costa, o Amazonas é o único estado que registrou aumento de trabalho precoce em todas as faixas etárias. "O Amazonas tem uma peculiaridade: foi o único estado do Brasil que teve aumento do trabalho precoce em todas as faixas etárias, de 5 a 9 anos, de 10 a 13, de 14 a 15, e de 15 a 17. Aqui no Norte do país, a questão cultural de aceitação do trabalho precoce como mecanismo de socialização da nossa criança e adolescente é muito forte, principalmente aqui no Amazonas", disse.
A ambulante Jorlene dos Santos começou a trabalhar ainda criança e fez o mesmo com a filha. Até pouco tempo, os netos também trabalhavam na barraquinha de café da manhã, mas agora ela pensa diferente. "Eu quero a vida deles mais do que eu fiz com ela. Minha filha parou os estudos e foi para o interior, mas quero que eles continuem sempre estudando para um dia ser alguma coisa na vida deles", contou.
Os netos da ambulantes, Jonathan e a irmã, agora frequentam o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), que é do Governo Federal administrado pelos municípios. São aulas e oficinas no contra-turno da escola que mostram que a infância é uma fase da vida para aprender.
Aos 12 anos, Fernando Mota era ajudante na feria Manaus Moderna. Agora, em vez de carregar compras, ele quer construir. "Meu pai carrega desde criança. Ele me disse para eu não fazer mais isso porque isso não é vida para ninguém. Agora não vou carregar mais. Daqui para a frente, quero ser um engenheiro", revelou o adolescente."

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