quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

HSBC cria estratégias para driblar a força do movimento sindical (Fonte: Bancários de Pernambuco)


"A negociação desta terça-feira, 19, entre representantes dos bancários e do HSBC, mostrou que o banco reconhece a força do movimento sindical. Estava lá a equipe mais qualificada, incluindo o próprio presidente, André Brandão, e o diretor de recursos Humanos para América Latina, João Rached. Do outro lado, quase trinta dirigentes de sindicatos em todo o país. Mas mostrou também como o banco cria estratégias, avançando nas discussões em que o movimento sindical pode participar e retrocedendo naquelas em que ele é excluído.
O exemplo mais claro foi a negociação sobre PLR – Participação nos Lucros e Resultados e PPR – programa próprio de remuneração. A PLR é negociada com os trabalhadores e está na Convenção Coletiva Nacional. Do debate sobre os programas próprios, os sindicatos são excluídos e as regras são validadas por uma comissão interna. Na reunião desta terça, o banco anunciou que não descontará a PPR dos valores pagos como PLR. No entanto, alterou as regras dos programas próprios, com redução drástica dos valores que serão pagos aos trabalhadores.
A PLR, fruto de negociação nacional e expressa em Convenção, será paga integralmente, inclusive o adicional. A diminuição na PPR, no entanto, será tão grande que, mesmo sem o desconto na Participação nos Lucros, a soma da remuneração variável resultará em uma diminuição de 10% a 15% nos valores pagos. “Esta PPR do banco é uma piada de mau gosto. Para se ter uma ideia, um caixa deve receber uma média de R$ 4.740 de PLR, somadas as duas parcelas. E, de PPR, apenas R$ 0,60 por dia. No ano, serão R$ 200,00”, critica o diretor do Sindicato, Alan Patrício, que também é secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf/CUT – Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. Confira:
Regra do PPR atendimento = Valor de referência (115% x ( fator de performance coletiva + fator de performance individual )
PLANO DE SAÚDE – Os representantes dos bancários foram enfáticos, também, nas críticas às alterações no Plano de Saúde. “Até 2005 havia uma negociação sistemática para discutir temas como reajuste, melhorias e ampliação dos benefícios no plano. De lá para cá, não houve mais negociação e as mudanças são feitas unilateralmente”, questiona Alan. Segundo ele, os trabalhadores estão recorrendo, inclusive, às vias judiciais para anular as mudanças e garantir que haja um processo de negociação.
Além dos reajustes, o banco está criando uma nova divisão entre os bancários: os que são beneficiados pela Lei Federal nº 9.656/98 e têm direito a manutenção do plano de saúde (seis meses a dois anos) por contribuírem mensalmente. E os que não terão a chance de contribuir e, por isso, não poderão usufruir da manutenção para além do que determina a convenção coletiva (máximo de 270 dias).
O banco tentou justificar as alterações afirmando que estava se precavendo para garantir a qualidade do Plano. No entanto, as modificações não garantem melhorias ou a manutenção da qualidade do plano. “Para nós, ficou claro que se trata de uma manobra contábil para o banco melhorar a performance diminuindo a provisão para Planos de Saúde”, afirma Alan.
O HSBC ficou de levar as críticas para o Conselho de Administração e uma nova reunião foi marcada para a primeira quinzena de março para tratar sobre o assunto."


Fonte: Bancários de Pernambuco

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