quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Crianças são encontradas trabalhando em supermercado em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (Fonte: MPT/PE)

"Empresa afirmou não ter conhecimento de que menores de idade trabalhavam no local

Após receber denúncia de que crianças estariam trabalhando no Supermercado Comval, em Massangana, no município de Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife, o Ministério Público do Trabalho em Pernambuco foi até o local para averiguar a irregularidade. Duas crianças, de 9 e 10 anos, e outros dois adolescentes, que fugiram em seguida, mas também aparentavam ser menores de idade, foram flagrados trabalhando como embaladores e carregadores na empresa.
Segundo a procuradora do Trabalho que realizou a inspeção, Vanessa Patriota da Fonseca, “os garotos, irmãos, eram levados pela própria mãe, que também era pedinte nos sinais das ruas do bairro. O supermercado, muito embora não seja o aliciador direto das crianças, não pode ser eximido da culpa, uma vez que o trabalho infantil é realizado nas dependências da empresa”, explicou. Em conversa com a procuradora, as crianças revelaram receber cerca de R$ 10 por dia, “em moedinhas”. “Como o supermercado não tem profissional próprio na atividade de embalador ou carregador, o ambiente se torna propício”, analisou Vanessa. O gerente da empresa alegou “não saber que havia crianças trabalhando no local”, mas disse que iria acabar com a irregularidade.
Ainda de acordo com a procuradora, como outra irregularidade, também foi encontrado um jovem de 18 anos trabalhando como embalador, sem carteira assinada. “O rapaz não possuía qualquer vínculo empregatício com o supermercado. A empresa, por sua vez, ao se aproveitar da vulnerabilidade econômica do adolescente, optou por mantê-lo no local, sem registrá-lo”, disse. O rapaz ainda afirmou que desde criança exercia as atividades no supermercado.
Como forma de tentar sanar os problemas, será proposto Termo de Ajuste de Conduta (TAC) à empresa. “A ideia é fazer valer os direitos humanos e trabalhistas”, concluiu Vanessa. Caso haja recusa na assinatura do TAC, será movida Ação Civil Pública."

Nenhum comentário:

Postar um comentário