terça-feira, 2 de agosto de 2011

América Latina e Ásia passam ilesos de cortes do HSBC (Fonte: Valor Econômico)

"Bancos: Regiões vão contratar até 15 mil pessoas, enquanto Europa e Estados Unidos demitirão 30 mil

O HSBC planeja contratar até 15 mil pessoas em mercados de rápido crescimento na Ásia e na América Latina nos próximos três anos, mesmo após a confirmação de que o banco deverá cortar postos de trabalho em outros países.Stuart Gulliver, diretor-executivo do HSBC, revelou na segunda-feira planos de cortes de até 30 mil empregos até 2013, depois que o grupo reportou resultados melhores do que esperados no primeiro semestre.
Os cortes, que, acreditam analistas, ocorrerão principalmente na Europa e nos Estados Unidos, acontecem em meio ao empenho de Gulliver de reduzir até US$ 3,5 bilhões da base de custos do banco até 2013.
Dos 5 mil cortes de empregos já identificadas pelo banco, 700 acontecerão no Reino Unido, outros 700 na França e o resto nos EUA, Oriente Médio e em algumas regiões na América Latina.
Mas o banco está dando continuidade a uma febre de contratações na Ásia e na América Latina, especialmente em Hong Kong e no Brasil. Gulliver disse que o banco deverá persistir nesse rumo, com planos para contratação de 3 mil a 5 mil funcionários por ano na Ásia e na América Latina.
No Brasil, só neste ano, devem ser adicionados mil gerentes de relacionamento ao quadro de funcionários do banco no Brasil, segundo comunicado divulgado pelo HSBC. A instituição diz que o objetivo das contratações no Brasil é ampliar a presença do banco no varejo local.
A mudança de rumo nas contratações surge após o HSBC ter registrado forte crescimento em seu mercado essencial asiático, ao passo que suas operações na Europa sofreram uma queda acentuada nos lucros.
Hong Kong e o restante da Ásia contribuíram com quase 60% do grupo de US$ 11,5 bilhões em lucros antes de impostos no primeiro semestre. No geral, os lucros antes dos impostos foram 3% superiores aos do ano anterior.
Os lucros na Ásia, excluindo-se Hong Kong, deram um salto de 40%, puxados por um crescimento de dois dígitos nos empréstimos e depósitos.
Pelos padrão contábil internacional, o Brasil registrou R$ 637 milhões de lucro antes de imposto de janeiro a junho deste ano, um resultado 33,3% superior àquele obtido em igual período do ano passado.
A carteira de crédito do banco expandiu 44% em um ano, para US$ 35,7 bilhões em junho. A área de financiamento imobiliário quase dobrou, alcançando US$ 1,5 bilhão. O crédito para incorporadores também cresceu 53%, para US$ 1,7 bilhão.
Também teve incremento notável o financiamento à exportação e o banco comercial, com alta de 21,5%, com US$ 12,1 bilhões. Comentários adicionais do banco em seu relatório mostram que as áreas de seguro, cartões e tarifas puxaram o resultado no Brasil. Ao mesmo tempo, as despesas do banco acabaram afetadas pelo crescimento brasileiro, já que o HSBC está investindo no país.
Em contraste, na Europa, o banco gerou US$ 2,1 bilhões de lucros antes de impostos, um terço a menos do que no ano anterior.
Analistas disseram que o forte aumento dos custos no primeiro semestre, que cresceram 13%, para US$ 20,5 bilhões, maior do que esperavam, foi a maior decepção num conjunto em meio a um restante de resultados sólidos.
O aumento dos custos foi puxado principalmente pela onda de contratações na Ásia e na América Latina, onde os salários vêm crescendo rapidamente.
A receita geral do grupo mantém-se estável, em US$ 35,7 bilhões, ao passo que analistas esperavam uma ligeira queda.
No entanto, devido à preocupante tendência vista em toda a Europa na semana passada, o braço de banco de investimento do HSBC sofreu uma queda de 12% nos lucros, após um desempenho mais fraco de suas divisões de crédito e de negócios com contratos de juros.
O banco adotou um tom cauteloso sobre suas perspectivas futuras, devido a uma intensificação nas pressões de agências regulatórias e de preocupações com crédito soberano.
Gulliver disse que o recente pacote de socorro à Grécia reduziu "de aguda para crônica" a pressão, mas problemas sérios persistem.
No entanto, ele está aliviado com o acordo firmado pelo governo dos Estados Unidos para levantar o teto da dívida. "Não vemos nenhum sinal de rebaixamento da qualidade de nossa marca nos Estados Unidos. Não há sinais de que possamos ver um "duplo mergulho" [na recessão]", disse ele.
As ações do HSBC subiram 2,1%, para 607,5 pence, na segunda-feira. (Colaborou Carolina Mandl, de São Paulo)"

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