quarta-feira, 1 de junho de 2011

Vazamento de cloro, acidentes do trabalho e meio ambiente: “Braskem não sabe quando retoma produção na unidade de Maceió” (Fonte: Valor Econômico)

“Autor(es): Vanessa Dezem | De São Paulo 

As causas dos problemas verificados pela Braskem em sua fábrica de Maceió (AL) - que provocaram vazamento de cloro e deixaram vários feridos - envolvem uma conjunção de fatores ligados ao processo produtivo da unidade. Foi essa a justificativa dada pela empresa na noite de ontem, dez dias depois da ocorrência. A unidade continua parada. Segundo comunicado da empresa, os incidentes foram fruto de aumento atípico na concentração de tricloroamina (TCA) - um subproduto gerado no processo de produção do cloro - somado à condição de temperatura e ao modo de operação da unidade. "Não digo que foi um erro de operação. Foi uma união de fatores", resumiu o vice-presidente de polímeros da Braskem, Rui Chammas.
Para a produção do cloro, extrai-se da mina o sal, que contém amônia e cuja concentração é reduzida durante o processo produtivo. A reação da amônia com o cloro origina o TCA, que é eliminado na produção. No caso da Braskem, no entanto, esse subproduto acabou acumulado em uma quantidade inesperada, provocando a ruptura do equipamento.
No primeiro acidente, no dia 21, houve um rompimento da parte inferior do pré-resfriador, provocando o vazamento de cloro. No segundo evento, no dia 23, o bocal inferior do inter-resfriador se rompeu. Do total de seis funcionários que foram socorridos - entre terceiros e próprios -, dois ainda permanecem no hospital.
Chammas afirma que a Braskem está realizando alterações na produção e vai colocar barreiras nos sistemas da unidade, para impedir a união das condições que colaboraram para os incidentes. A empresa não informa, no entanto, o valor dos investimentos a serem realizados para os reparos e mudanças, nem o prazo da retomada da produção da fábrica. "Ainda vamos apresentar tudo às autoridades competentes", diz, apenas.
Ontem, a empresa recebeu uma notificação de multa no valor de R$ 583 mil, de Instituto do Meio Ambiente (IMA). Segundo Chammas, no entanto, os problemas não devem ter impacto "relevante" nos resultados da empresa, já que a Braskem formou estoque do dicloretano (utilizado para a fabricação de PVC) e buscou fornecedores internacionais para a soda (intermedíaria para a indústria química).”



Siga-nos no Twitter: www.twitter.com/AdvocaciaGarcez

Cadastre-se para receber a newsletter da Advocacia Garcez em nosso site: http://www.advocaciagarcez.adv.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário