segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sindicato denuncia companhia Vale por quatro mortes em sete meses no Canadá (Fonte: Brasil de Fato)

´´O presidente do sindicato, Rick Bertrand, que representa o minerador morto no último domingo, na Mina de Coleman, estava tão furioso quanto triste pelo acidente com este membro da United Steelworkers Local 6500, durante o turno de seu trabalho. 
Operários da Vale fazem a maior greve da história
do Canadá - Foto: Movimento Xingu Vivo


O Serviço de Polícia da Grande Sudbury identificou o minerador acidentado como sendo Stephen Perry, de 47 anos.
Enquanto seu sindicato enviava suas condolências à família do minerador, Bertrand sentia uma mistura de emoções, assim como muitos dos seus membros.
“Uma grande parte destas emoções são de fúria, estou muito zangado,” Bertrand disse na segunda-feira, no novo saguão de entrada do prédio dos Steelworkers, na 66 Brady St.
“É inaceitável que se tenha quatro fatalidades em sete meses ... isto tem que parar,” disse Bertrand.
Dois membros do sindicato Local 6500, Jason Chenier de 35 anos e Jordan Fram, de 26 anos, foram mortos em 8 de junho de 2011, na mina de Stobie.
Outro membro do Sindicato USW Local 6166, em Thompson, Manitoba, morreu em outubro de 2011, doze dias após ele ter deixado cair um eixo da mina enquanto operava um scoop tram (carregador subterrâneo). Greg Leason de 51 anos trabalhou há 23 anos na Inco e na Vale.
Bertrand permaneceu o tempo todo ao telefone com membros do sindicato, desde domingo até a manhã de 2ª. Feira, pois estavam desolados com a fatalidade na mina.
“É inaceitável. Nem terminamos uma investigação e já temos que iniciar outra”, disse Bertrand.
Na semana passada, a Vale divulgou os resultados das investigações sobre as mortes dos mineradores de Stobie, os quais resultaram em mais de 30 recomendações para a prevenção de outras tragédias similares.
O Sindicato USW Local 6500 está dando os toques finais ao seu relatório de investigação, mas Bertrand não pode dizer quando será divulgado. Somente disse na semana passada, que os resultados do sindicato serão apresentados ao público.
Bertrand alegou ser ainda muito cedo para se dizer se a USW deverá trabalhar nas investigações de Coleman juntamente com a Vale. “Nós ainda precisamos ter uma reunião com eles para discutirmos estas questões.” Esta reunião deve ter sido segunda-feira, à tarde.
“Eu acredito que a Vale saiba que existe um problema,” disse ele.
A produção nas cinco minas de Sudbury da Vale foi suspensa, inclusive de Coleman, pois um plano de ação está sendo realizado para dar mais segurança às minas.
Enquanto Bertrand compreende que não é possível suspender as operações na superfície, tais como os da fundição, disse que a Vale precisa “sentar e ter uma boa conversa com seus funcionários nas plantas da superfície.”
O Vice Presidente da Vale, Kelly Strong, disse que a empresa deu informações a todos seus funcionários sobre a tragédia em Coleman e que tem uma equipe de gerenciamento para incidentes críticos, prontos para auxiliar seu pessoal, os sindicalizados e não sindicalizados, a lidarem com a perda de um colega.
“Talvez deixar que todos relaxem e vejam antes de voltarem a seus trabalhos,” disse Bertrand.
Os Steelworkers têm demonstrado preocupações desde a greve que se instaurou na Vale por um ano, de julho de 2009 a 2010, devido à diminuição do número de trabalhadores e o aumento na carga de trabalho em suas operações.
Mais de 3.300 trabalhadores da área de produção e manutenção, membros do sindicato local 6500, aderiram à greve. Hoje, o sindicato tem aproximadamente 2.600 membros nas operações de Sudbury.
O Vice Presidente das operações da Vale de mineração e fundição das operações no Atlântico Norte, Kelly Strong, disse segunda-feira, em resposta a uma pergunta de um repórter, que não via nenhuma relação entre as penosas disputas dos trabalhadores e as recentes tragédias.
“No passado, havia algumas diferenças entre o sindicato e a empresa,” disse Strong, “mas, eu acredito que estamos tentando alcançar o mesmo gol, que é realmente de que não haja nenhum prejuízo e ter a certeza de que os trabalhadores chegarão em casa todas as noites sãos e salvos.” 

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