sexta-feira, 11 de março de 2011

“BNDESPar e Gávea vão capitalizar em R$800 milhões empresa de Eike” (Fonte: O Globo)


Autor(es): Agência o globo: Henrique Gomes Batista e Lucianne Carneiro

MPX, de energia, busca R$1,3 bi para investir no Maranhão e na Colômbia

A MPX, empresa de energia de Eike Batista, anunciou ontem que fará uma capitalização de R$1,3 bilhão para iniciar seus projetos de gás natural no Maranhão e de carvão na Colômbia. Com a operação, o grupo acredita que terá os recursos próprios necessários para os dois projetos, embora a empresa admita que ainda poderá buscar financiamentos especiais no futuro. O grande parceiro da empresa será o BNDES, que vai comprar R$600 milhões em debêntures (títulos privados emitidos pela MPX) na operação. A Gávea Investimentos - criada pelo ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, que continua à frente da gestão, mas vendeu o controle ao JP Morgan Chase -- e a própria MPX entrarão, cada uma, com R$200 milhões. Os sócios minoritários poderão aderir à capitalização com aportes de até R$333 milhões, que já estão previstos no valor total anunciado pela companhia.

A BNDESPar - braço acionário do banco de fomento e que hoje já detém 2,6% das ações da MPX, segundo os dados mais recentes do BNDES - terá uma participação de 10,4%. A fatia de Eike Batista e sua diretoria, que hoje é de 74,75%, recuará para 63,70%. A Gávea Investimentos responderá por 2,77% dos papéis, enquanto os demais acionistas deterão 23,07%, frente aos 22,65% atuais. A estimativa para a nova composição acionária da MPX considera que todos os minoritários vão aderir integralmente à capitalização e que os debêntures serão convertidos em ações, ao valor de R$43 cada papel.

Aumenta relação do BNDES com firmas de Eike

A empresa emitirá debêntures conversíveis, que poderão ser trocados por participação acionária em três anos. A expectativa é que, no momento da troca, cada ação valha R$43 - hoje na casa dos R$38. A remuneração destes papéis será a variação do IPCA acrescido de 4% ao ano. Todo o processo ainda depende de aprovação do comitê de investimento da Gávea e da diretoria da BNDESPar, o que deve ocorrer na próxima semana. A MPX informou em nota que após conclusão da operação, a BNDESPar e a Gávea Investimentos poderão, cada uma, indicar um membro para o Conselho de Administração da MPX.


A operação do BNDES com empresas de Eike Batista não é nova. O banco estatal de fomento já concedeu financiamentos, apenas nos últimos três anos, de R$1,616 bilhão às empresas do bilionário. Uma destas operações - a compra de novas ações emitidas pela LLX por R$150 milhões (contrato de promessa de subscrição de ações) - está sendo questionado pelo Ministério Público Federal. O procurador Marinus Marsico pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue "possível ato antieconômico" por parte dos gestores da BNDESPar, pois a operação gerou um lucro de R$89,2 milhões aos acionistas da LLX. O caso está em fase de conclusão no escritório carioca do TCU, segundo o procurador.

Mercado rebaixa ações depois de anúncio

Ontem, as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da MPX Energia despencaram 5,47%, para R$37,01. No ano, o papel acumula alta de 40,51%, enquanto o Ibovespa, principal referência do mercado, recua 4,71%.

Segundo o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, a queda dos papéis reflete o movimento de aversão ao mercado como um todo, mas também uma preocupação dos investidores com a estrutura de capital da MPX. A companhia está se comprometendo com novos financiamentos, mas para projetos que ainda vão levar certo tempo para gerar receita:

- A empresa ainda não é operacional e a capitalização prevê que ela vá fazer novas dívidas para avançar com seus projetos. Mas há uma distância entre as despesas e as receitas.


Projeto de 35 milhões de toneladas de carvão


Segundo a empresa, o recurso da capitalização será destinado ao desenvolvimento na exploração de gás natural na Bacia do Parnaíba, na construção de 1.863 MW da MPX Parnaíba (MA) e no projeto integrado para produção de 35 milhões de toneladas de carvão mineral na Colômbia para atender a usinas do Brasil, do Chile e ao mercado internacional.

"A MPX encontra-se em um momento muito positivo, que a capitalização vem fortalecer, somando-se à recente concessão das licenças ambientais para dois importantes empreendimentos termelétricos da companhia: uma usina de 3.300 MW no superporto do Açu, no Sudeste do Brasil; e outra de 2.100 MW, a MPX Castilla, o maior empreendimento greenfield (novo) licenciado no Chile", afirmou o presidente de MPX, Eduardo Karrer, em nota.

A licença prévia atestando a viabilidade ambiental da MPX Parnaíba foi emitida em 29 de julho de 2010 pelo órgão ambiental do Maranhão. Já na Colômbia, a empresa realizou pesquisas geológicas nos departamentos de La Guajira e Cesar e, em 2010, iniciou a exploração de quatro minas nas concessões de La Guajira. Até o momento, foi identificado um potencial de 40 milhões de toneladas de carvão nas minas a céu aberto e 1,6 bilhão de toneladas na mina subterrânea de San Juan, segundo a empresa.”


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