segunda-feira, 14 de abril de 2014

Centrais debatem com ministro Berzoini MP que trata da liberação sindical dos servidores públicos (Fonte: CGBT)

"Representantes das Centrais Sindicais e de entidades dos servidores públicos realizaram uma audiência com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da Republica, Ricardo Berzoini, na terça-feira (08), em Brasília, para dialogar sobre a emenda à Medida Provisória 632, que trata da liberação remunerada de dirigentes sindicais de entidades federais. A reunião também contou com a presença dos deputados federais Assis Melo (PCdoB-RS), Alice Portugal (PCdoB-BA) e Amauri Teixeira (PT-BA).
O objetivo das Centrais foi dialogar com o ministro para estreitar os laços entre as entidades e o governo para reaver um direito que foi extinto durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso. O intuito dos sindicalistas é pedir ao governo que aceite as propostas de emendas 2 ou 12, apresentadas em prol da licença classista remunerada, durante a tramitação da Medida Provisória 632/13 no Congresso Nacional. A Emenda 2 foi apresentada pelo deputado Manoel Júnior (PMDB/PB) e a Emenda 12 pelo deputado João Dado (SDD/SP).
Os sindicalistas argumentaram sobre a importância e a necessidade de ser regulamentada a liberação sindical aos servidores públicos para garantir a liberdade sindical e a não perseguição aos representantes dos trabalhadores. Segundo eles, os dirigentes sofrem com processos administrativos disciplinares e o risco de demissão por causa da atuação no sindicato durante o horário de expediente.
O governo, atualmente, só libera apenas um servidor por entidade de classe, mas as despesas são por conta da entidade. As emendas propostas pelos dirigentes alteram para dois servidores para as entidade com até 5 mil associados; quatro servidores para entidades com mais de 5 mil até 30 mil associados; e oito servidores para as entidades com mais de 30 mil associados.
O representante da CGTB, Flauzino Antunes Neto, defendeu a "liberdade dos trabalhadores se organizarem e defenderem os seus direitos". "Para isso necessitam desde questões básicas para irem a uma assembleia até de recursos de todas as montas para a representação", disse Flauzino, que é presidente do Sindicato Nacional dos Engenheiros, Arquitetos, Economistas, Estatísticos e Geólogos (Sinaeg).
Segundo João Domingos, presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) e representante da NCST, o projeto propõe alguns limites que não deveriam existir para que o exercício do sindicalismo seja favorável ao trabalhador. "Eu acredito que o projeto em questão deve ser a base e não o teto como está sendo definido, pois ele terá inicio na área federal, mas será o parâmetro para nossa negociação no âmbito dos estados e municípios onde a realidade é bem diferente. Nós vamos avançar nos trabalhos para que o projeto não seja um limitante, mas que seja à base de direitos e garantias e não um limite para direitos e garantias. E o que eu comemoro muito é ter encontrado aqui essa possibilidade de poder discutir abertamente com o governo, pois é um projeto que unifica os interesses das entidades sindicais, do próprio governo e que finalmente vai chegar ao Congresso Nacional".
Para o representante da CTB, João Paulo Ribeiro, a articulação das entidades do serviço público federal junto com as centrais foi positiva para minimizar as dificuldades encontradas pelos sindicalistas. "Alguns deputados colocaram algumas emendas que são importantes para a liberação por que hoje o setor público não tem direito a licença remunerada, causando vários problemas e dificultando a ação sindical. Nós viemos aqui entre várias agendas tentando adesões favoráveis a esse pleito do setor público federal e de todo o serviço público", disse João Paulo.
De acordo com o ministro Ricardo Berzoini, a matéria será ainda discutida na Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento. Mas ele assumiu o compromisso de defender a reivindicação dentro do governo. "Eu apoio o pedido das entidades. No governo, há várias posições sobre o tema, todas muito bem fundamentadas. Nossa previsão é de que a Medida seja votada até o fim do mês, após a semana santa", declarou o ministro."

Fonte: CGBT

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