Valor Econômico - 23/02/2012
A Taesa, empresa de transmissão de energia elétrica controlada pela Cemig, se prepara para reestrear no mercado de capitais. A companhia pretende fazer uma oferta pública de ações que deve movimentar pelo menos R$ 1 bilhão. Os bancos BTG Pactual e Bank of America Merrill Lynch serão os líderes da operação, conforme apurou o Valor. Santander e Banco do Brasil, acionistas da companhia por meio do fundo de investimento em participações (FIP) Coliseu, também devem atuar na oferta.
A expectativa é que a empresa use os recursos da capitalização para financiar a compra dos ativos de transmissão da espanhola Abengoa no país, pelos quais pagou R$ 1,16 bilhão. Inicialmente, a Taesa planejava realizar uma emissão de títulos de dívida em reais no exterior, mas com a piora do mercado em razão da crise fiscal europeia acabou optando por uma emissão de notas promissórias - títulos de curto prazo, com vencimento em até um ano - enquanto avaliava as opções à disposição.
Nenhum representante da empresa foi localizado para comentar o assunto. Em entrevista no início do ano ao Valor, o presidente da Taesa, José Aloíse Ragone, confirmou, porém, a intenção de realizar uma oferta de ações até junho. O valor de mercado da companhia é de cerca de R$ 3,8 bilhões.
Com a capitalização, a empresa deve se enquadrar no limite mínimo de 25% do capital em circulação no mercado ("free float"), conforme as regras do Nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa, no qual é listada. Atualmente, menos de 5% dos papéis da Taesa estão na bolsa, que concedeu prazo até o fim de junho para a empresa se adequar à exigência.
A companhia realizou sua oferta pública inicial de ações em outubro de 2006, quando era controlada pela italiana Terna. Em 2009, a Cemig e o FIP Coliseu adquiriram a fatia dos italianos e, no ano seguinte, fizeram uma oferta pública pelos papéis dos minoritários.
A "reabertura de capital" da Taesa será mais um teste da demanda dos investidores por ofertas. As duas primeiras operações do ano na bolsa foram adiadas, uma delas - o da holding de turismo Brasil Travel - em razão da baixa procura pelos papéis. Em entrevista recente, o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, afirmou que a janela de oportunidade para as ofertas estava "entreaberta"."
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