sexta-feira, 29 de abril de 2011

“Com o aval de Lula, Rui Falcão aceita presidir o PT até 2013” (Fonte: Valor Econômico)

“Autor(es): Paulo de Tarso Lyra | De Brasília

O deputado estadual Rui Falcão (SP) será o novo presidente nacional do PT com mandato até 2013. Ele vai substituir José Eduardo Dutra (PT-SE) que renunciará na reunião de hoje do diretório nacional do partido. A decisão de apoiar Falcão foi tomada ontem na reunião das principais correntes do partido - Construindo um Novo Brasil, Novos Rumos e PT de Luta e Massas. O Valor apurou que, ao término do encontro, a presidente Dilma Rousseff ligou para Falcão para dar os parabéns, prestar solidariedade e colocar-se à disposição dele e do PT.
Falcão resistia à ideia de assumir a presidência do partido. Deputado estadual reeleito por São Paulo, Falcão é primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de São Paulo, um cargo importante que examina os contratos e distribui os cargos. Além disso, tem uma militância política muito forte no Estado, o que sempre fez com que optasse por não se mudar para Brasília, mesmo durante a campanha presidencial do ano passado.
Falcão acabou sendo escolhido praticamente por unanimidade. Os outros nomes colocados na disputa acabaram abrindo mão da presidência do PT: o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) e o ex-secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci. Costa optou por permanecer na liderança do partido e Dulci "não foi liberado" pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - ele está trabalhando no planejamento da fundação que Lula construirá com o acervo de seu governo.
Lula também foi consultado e avalizou a indicação de Rui Falcão. "Existe algum louco no PT que toma qualquer decisão sem consultar o ex-presidente Lula?", brincou o deputado Jilmar Tatto (PT-SP). Para um dos vice-presidentes do PT, deputado José Guimarães (CE), o momento é de fortalecimento do PT. "Precisamos nos unir para a defesa do governo e o fortalecimento do partido para a disputa das eleições de 2012", disse o parlamentar cearense.
Vários fatores colaboraram para que os pré-candidatos à presidência do PT tivessem cautela em colocar os nomes. Um dos principais foi o respeito que as diversas correntes têm por Dutra. "Ele merece toda a nossa solidariedade porque conduziu o processo vitorioso que elegeu Dilma Rousseff presidente", declarou Guimarães. O processo todo também foi muito repentino. Apesar de Dutra estar licenciado da presidência do PT desde 22 de março, só duas semanas atrás esquentaram os rumores de que ele renunciaria ao cargo para o qual foi eleito em 2009. "Todo mundo foi pego de surpresa nesse processo", confirmou o deputado Ricardo Berzoini (SP).
Falcão também assume o partido em um momento importante, no qual começa a ser discutida a eleição municipal de 2012. Os diretórios estaduais já começaram as negociações e ressentiam-se de um interlocutor oficial no diretório nacional. Falcão exercia a presidência interinamente durante a licença de Dutra, mas qualquer decisão passava a imagem de temporária. Agora, as alianças poderão ser tratadas de maneira efetiva.
Essa foi outra dificuldade para se encontrar um nome. O presidente do PT não pode dividir a direção do partido com outras atividades. "Ele vai ter que percorrer esse país para negociar os palanques, os candidatos, as prévias, em todos os municípios", declarou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Mas Falcão não vai renunciar ao cargo de primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de São Paulo.
O diretório nacional do PT também vai aprovar hoje a refiliação do ex-tesoureiro Delúbio Soares. A carta de Delúbio pedindo a reintegração aos quadros partidários foi lida ontem na reunião da executiva nacional. A executiva preferiu não colocar o assunto em pauta, mas essa decisão será tomada em uma reunião que acontece na manhã de hoje, minutos antes da reunião do diretório nacional.
Além da confirmação de Falcão como presidente e a refiliação de Delúbio, o diretório nacional do PT também vai debater a conjuntura econômica do país. Foram convidados para o debate o ministro da Fazenda, Guido Mantega e o presidente do Ipea, Márcio Pochmann. Até o fim da tarde de ontem, apenas o segundo tinha confirmado presença.
Os petistas também vão discutir a reforma política. O partido defende o financiamento público exclusivo e o voto em lista fechada, em contraposição ao chamado distritão, proposto pelo PMDB. O relator da proposta, Henrique Fontana (PT-RS) encontrou uma alternativa engenhosa caso o voto em lista fechada não vingue: o eleitor poderia votar na legenda que mais lhe agrada e em um deputado que mais represente os seus interesses. Na prática, seriam dois votos para deputado federal.”


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