terça-feira, 12 de junho de 2012

Servidor da UnB engrossa paralisação (Fonte: Correiro Braziliense)

"O primeiro dia de greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) deixou o câmpus da Asa Norte ainda mais vazio. A categoria aderiu à paralisação nacional, decretada pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra). Algumas secretarias continuam funcionando normalmente, mas a Biblioteca Central dos Estudantes (BCE) e o Restaurante Universitário (RU) estão de portas trancadas. Até mesmo no Hospital Universitário (HUB), alguns servidores deixaram de trabalhar. Por enquanto, não existe data para a categoria ser recebida no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) para negociação.
A indefinição desanima alguns técnicos. É o caso da funcionária da Diretoria de Esporte, Arte e Cultura (DEA), Thaís Dutra da Silva, que espera pela assembleia marcada para hoje, às 9h30. “Ainda não há uma proposta final de negociação. Vamos analisar melhor a situação antes de decidir”, explica. O coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Antônio Guedes, afirma que a assembleia também vai servir para avaliar o movimento. “Vamos ver que órgãos pararam para saber quais precisam de mais mobilização”, anuncia.
Ele acredita que as reivindicações dos servidores das universidades federais são justas, pois, segundo Guedes, eles ganham o pior piso salarial e o pior vale-refeição do Poder Executivo. Os servidores pedem aumento do piso de carreira de R$ 1.043 para três salários mínimos (R$ 1.866), aumento do valor do tíquete-refeição (hoje, de R$ 304), estepe de 5% (acréscimo de progressão de carreira), reposicionamento dos aposentados e racionalização dos cargos.
Prejuízo
Os professores deflagraram greve no dia 21 do mês passado e os estudantes declararam apoio na mesma semana. O estudante de mestrado em desenvolvimento sustentável Abayomi Mandela, 26 anos, no entanto, teme que seu projeto fique prejudicado. Ele frequenta a Biblioteca Central dos Estudantes (BCE) para estudar e acessar a internet. “A BCE fechada vai atrapalhar muito. Eu precisava pegar outros livros para o meu projeto. Em outras greves, eles abriam pelos fundos. Vai ser bom se fizerem isso dessa vez”, comenta.
Ana Luísa César, Marília Mesquita e Felipe dos Anjos, estudantes de química, continuam indo à universidade para ter apenas algumas aulas. Eles não concordam com a greve discente. “Tem aluno que entra em greve para ficar dormindo ou porque já sabia que iria reprovar”, critica Ana Luísa, enquanto Felipe está preocupado com a reposição: “Para obrigar os alunos a virem às aulas, alguns professores nos ameaçam dizendo que, na reposição, as provas serão muito mais difíceis”. Com a paralisação dos servidores, eles temem que a greve dure mais do que imaginam.
Os três setores da universidade cruzaram os braços. “As nossas reivindicações são diferentes. Estamos paralisados pela revisão da carreira. Mas nós os apoiamos e o movimento se fortalece com a adesão deles”, afirma Ebnezer Nogueira, presidente da Associação dos Docentes da UnB.
O comando nacional de greve dos professores se reúne hoje, às 17h, na Secretaria de Relações de Trabalho de Serviço Público do MPOG para tentar encontrar um acordo entre as partes. A assessoria de imprensa da pasta não confirmou se o órgão vai apresentar nova proposta, como a categoria espera, mas informou que o encontro faz parte do processo de negociação que teve início antes de a greve ser deflagrada. Em 31 de maio, o Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepe) decidiu adiar as datas finais do calendário acadêmico, reconhecendo a greve e garantindo a reposição das aulas.
“As nossas reivindicações são diferentes. Estamos paralisados pela revisão da carreira. Mas nós os apoiamos e o movimento se fortalece com a adesão deles”
Ebnezer Nogueira, presidente da Associação dos Docentes da UnB."

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