sexta-feira, 24 de junho de 2011

"Argentina julgará 19 ex-repressores por crimes da ditadura militar" (Fonte: Ansa)

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A Justiça da Argentina julgará no próximo dia 28 de junho 19 pessoas pela responsabilidade em torturas, mortes e desaparecimentos de vítimas da ditadura militar (1976-1983), muitas delas de origem italiana.
Três juízes e um substituto do TOF (Tribunal Oral Federal) ouvirão mais de 300 testemunhas diretas. Os testemunhos se juntarão às provas documentadas pelo arquivo da Direção de Inteligência da Polícia de Buenos Aires (DIPBA). Entre os réus estão 13 militares, quatro ex-policiais e dois ex-agentes penitenciários.
Foi escolhido o auditório da Universidade Nacional do Sul, na cidade de Bahía Blanca, na província de Buenos Aires, como local do julgamento "porque a maior parte das vitimas eram universitários de menos de 21 anos" e professores dessa universidade.

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Em entrevista à agência de notícias Ansa, o italiano Giuseppe Bondono disse que o julgamento ele "tratará de reconstruir a verdade, fundamental para todo o processo democrático". Ele comentou hoje, no encontro público de solidariedade com a cidade de Bahia Blanca ocorrido em Roma, sobre a repercussão que a notícia do julgamento teve na província de Fermo, na Itália, onde nasceu.
Ele expressou sua admiração "por tudo o que está fazendo o atual governo argentino para julgar os culpados declarando inconstitucional a Lei de Obediência Devida", que anistiou os militares de baixa patente que cometeram crimes de lesa-humanidade. "Nós que tivemos o fascismo, mas [não tivemos] nenhum processo que nos ajudasse a encontrar a verdade, também somos vítimas da história", acrescentou.
"Dentro do limite de nossas possibilidades econômicas, o governo da província [italiana] está disposto a enviar uma delegação antes do fim do ano à Argentina para demonstrar em pessoa a plena solidariedade de Fermo com a população de Bahia Blana", anunciou.
Marina Mantecol, conselheira política da embaixada argentina em Roma, responsável pelo Escritório de Direitos Humanos, afirmou que "tanto o governo como a Embaixada argentina apoiaremos sempre toda luta que implique fazer justiça com nosso passado"."

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