terça-feira, 29 de março de 2011

Empresas japonesas: “Polo da Zona Franca já estuda férias coletivas” (Fonte: O Globo)


“Autor(es): agencia o globo: Lino Rodrigues

Empresas japonesas da região devem parar produção entre maio e julho por falta de peças


SÃO PAULO. Depois de reavaliar suas linhas de produção, parte dos fabricantes japoneses no Polo Industrial da Zona Franca de Manaus já planeja a concessão de férias coletivas para seus trabalhadores entre maio e julho, quando os estoques de peças e componentes começarão a se esgotar. Apesar dos esforços para contratar novos fornecedores e suprir a falta de insumos essenciais para produção na Zona Franca, as empresas enfrentam mais um problema, característico da Região Amazônica: a distância, que dificulta a chegada das mercadorias em tempo hábil para alimentar as fábricas.

- Eles ainda têm estoques para um ou dois meses, desde que aconteceu a tragédia no Japão. Com isso, maio, junho e julho serão meses chaves para a produção dessas empresas - disse Gustavo Igrejas, coordenador de Acompanhamento de Projetos Industriais da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Fabricantes buscaram fornecedores na China

Segundo Igrejas, os empresários japoneses ainda estão avaliando a situação, mas já é consenso que algumas linhas de produção terão de fazer uma parada para se adaptar ao novo cenário e aos novos fornecedores. Além disso, o maior tempo para os produtos chegarem a Manaus exige que as empresas se programem para um período de estoques vazios. Daí a ideia das férias coletivas.

Para ganhar tempo, a maior parte das 32 fabricantes japonesas na Zona Franca enviou técnicos à China e a outros países da Ásia para avaliar fornecedores. O período de férias coletivas, observa Igrejas, também servirá para as empresas reconfigurarem suas linhas de produção aos insumos que começarão a chegar.

- Todos estão atentos para não afetar a produção do fim do ano - disse Igrejas.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus, que tem em sua base cerca de 39 mil trabalhadores em empresas de capital japonês, disse que ainda não foi comunicado oficialmente sobre férias coletivas. Seu presidente, Valdemir Santana, porém, acredita que "elas terão de passar por esse problema em algum momento":

- Estamos trabalhando para que isso (férias coletivas) não aconteça. Mas sabemos que haverá problema.

A situação dos japoneses também preocupa o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), que tem uma reunião agendada para a manhã de hoje com a Câmara de Indústria e Comércio Nipo-Brasileira e com o Consulado do Japão no estado. Ronaldo Mota, diretor do Cieam, informou que o encontro tem como objetivo avaliar a situação dos estoques e encontrar alternativas para que o fornecimento de peças e componentes não seja interrompido.

Nas conversas que o executivo da Suframa tem tido com as empresas do Polo Industrial, a percepção é que os japoneses estão mais preocupados com os problemas sociais causados pela tragédia que com os impactos nas empresas.

- Os japoneses, tanto de lá quanto daqui, estão chocados e dando total atenção à parte social. A parte industrial eles estão deixando para depois. Mesmo quem não foi afetado pelo terremoto ou pela tsunami está parado, ajudando as vítimas - contou o executivo da Suframa.”




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