segunda-feira, 28 de março de 2011

“Disputa acirrada entre bancos e petróleo” (Fonte: Valor Econômico)


“Autor(es): Daniele Camba


O Índice Bovespa que vai vigorar entre maio e setembro deve mostrar o ápice da disputa entre os setores de petróleo e bancário, que já vinha acirrada. Segundo cálculos da corretora do banco Santander, juntas, as ações de bancos devem subir dos atuais 18% de participação dentro do índice para 19,9%. Já o setor de petróleo (leia-se Petrobras e OGX) deve cair de 20,7% para cerca de 20%. Isso é o mesmo que dizer que os dois setores estão tecnicamente empatados.
Os papéis de bancos caminham a passos largos para novamente desbancar o petróleo da posição de maior setor dentro do índice. "Isso pode acontecer como consequência direta do processo de crescimento econômico brasileiro, que leva com ele todos os setores mais ligados à dinâmica econômica interna", diz a analista da corretora do Santander e responsável pelas estimativas, Renata Cabral.
    Setores ficarão empatados no próximo Ibovespa
No Ibovespa que vigorou entre maio e agosto do ano passado, pela primeira vez, o setor bancário pegou a primeira posição que era de petróleo. Essa situação se manteve na carteira de setembro a dezembro. Já no índice que começou a valer em janeiro e ainda está em vigor, os bancos perderam a liderança para petróleo. Nos últimos meses, saindo notícias diárias sobre a capitalização, as ações da Petrobras tinham ganho liquidez, fazendo com que o setor subisse de 9,23% para 10,74% do índice.
Já no próximo Ibovespa, segundo Renata, as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da estatal devem perder um ponto percentual, caindo de 11,29% para 10,30%. Para a analista, não se previa uma queda de participação dos papéis da estatal. "Passado o processo de capitalização, esperávamos pelo menos uma estabilidade", explica Renata. "O que ocorreu provavelmente foi uma queda no interesse pelos papéis, agora por causa das incertezas sobre a viabilidade do pré-sal."
O setor financeiro deve ganhar peso graças ao aumento de participação do Banco do Brasil (+ 0,64%), do Itaú Unibanco (+ 0,59%) e da BM&FBovespa (+ 0,47%). Na visão da analista do Santander, o setor passou por dois momentos benignos nos últimos anos.
O primeiro foi na crise financeira internacional de 2008, quando os investidores se deram conta da robustez dos bancos brasileiros. O outro foi o pujante crescimento econômico local, que beneficiou os setores mais ligados ao mercado interno, um deles o bancário.
Assim como a Petrobras, as ações da Vale devem perder espaço no próximo índice. As PNA da mineradora cairão dos atuais 10,84% para 10%. Mesmo assim, o setor de mineração (Vale e MMX) continuará como o terceiro maior, com peso de 14,6%.
Em quarto lugar, o setor de construção passará de 8,7% para 10,7%, o maior crescimento. Pelos cálculos do Santander, nos próximos dois anos, as construtoras devem desbancar o segmento de mineração. O aumento de peso do setor bancário e das construtoras ante uma queda dos segmentos de petróleo e mineração faz parte de um movimento estrutural do mercado, dos setores de commodities perdendo importância para os voltados à economia doméstica.”




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