quinta-feira, 10 de março de 2011

“Dataprev reestrutura área tecnológica” (Fonte: Valor Econômico)


Autor(es): Cibelle Bouças | De São Paulo


A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), estatal vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social, conclui neste mês a primeira etapa de um processo de reestruturação da área de tecnologia no qual já foram investidos R$ 180 milhões desde 2008. A previsão é de encerrar mais duas etapas neste ano, com um aporte próximo de R$ 100 milhões.
O objetivo é melhorar a eficiência do processamento de dados referente a 76 milhões de pessoas físicas - entre contribuintes, pensionistas e aposentados. A primeira etapa consistiu na migração de dados da chamada plataforma alta (mainframes) para a plataforma baixa (microcomputadores). Os mainframes são computadores de grande porte, que processam bilhões de operações por segundo e são usados por grandes empresas e governos, que dependem de enormes bancos de dados.
A Dataprev mantinha três mainframes da Unisys em regime de locação instalados em unidades no Rio de Janeiro e em São Paulo. Essas máquinas hospedavam os sistemas de benefícios da Secretaria da Receita Federal e as bases do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Juntos, esses sistemas totalizavam 14 bilhões de registros. O CNIS é usado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e tem como bases de dados os cadastros de pessoa física, pessoa jurídica, segurados especiais, contribuintes individuais e vínculos e remunerações.
Um dos principais motivos para a migração tecnológica é a maior autonomia em relação aos fabricantes de equipamentos. O número de fornecedores de PCs é muito maior que o de mainframes, o que garante maior poder de negociação em relação aos preços, afirma o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção. A estimativa da instituição é economizar R$ 90 milhões por ano.
Os três mainframes alugados foram substituídos por dois servidores de alto desempenho comprados da IBM e 80 servidores de pequeno porte, frutos de um investimento de R$ 72 milhões.
Como parte do processo, a estatal também está convertendo 70 sistemas de processamento de dados, hoje na linguagem Cobol, para a linguagem Java, de código aberto. Na prática, essa troca significa que a estatal está substituindo softwares adaptados para operar em mainframes por programas mais leves, que funcionarão em servidores menores.
Essa mudança também representa a substituição de softwares cuja licença é cobrada por programas desenvolvidos pela estatal, que conta com uma equipe de 1,5 mil profissionais de TI. A migração dos sistemas e dos bancos de dados para a plataforma baixa ficaram a cargo de um grupo de 400 profissionais da Dataprev e das empresas 4Bears, SW Consultoria e Bricon, que venceram a licitação para efetuar essa tarefa. De acordo com Assumpção, 80% dos sistemas já foram desenvolvidos e o restante será concluído até o fim do ano.
O primeiro grupo de sistemas que começa a operar neste mês sob os novos moldes refere-se ao CNIS. No segundo semestre, a Dataprev também fará a migração de dados do sistema de arrecadação, que são vinculados à Receita Federal, e do sistema de benefícios. O projeto de reestruturação prevê também o desenvolvimento do Sistema Integrado de Benefícios (Sibe), que vai unificar o Sistema de Administração de Benefícios por Incapacidade (Sabi) e o Sistema Único de Benefícios (SUB), entre outros.
Hoje, esses bancos de dados são acessados separadamente por 2 mil servidores do Ministério da Previdência Social e do INSS. Após a reestruturação, os sistemas vão operar de forma integrada e poderão ser acessados remotamente via internet, pelo portal do CNIS. "A integração de dados e o acesso remoto permitirão, por exemplo, que um pedido de seguro-desemprego seja analisado e liberado em poucos minutos", diz Assumpção.
De acordo com o presidente da Dataprev, o projeto consumiu R$ 180 milhões em recursos provenientes do INSS, da Secretaria da Receita Federal, do Ministério do PlanejamentoOrçamento e Gestão e do Ministério do Trabalho e Emprego. "As restrições orçamentárias nos preocupam. O orçamento é gerenciado a partir dos contratos de serviço com os órgãos do governo federal. Se esses órgãos sofrerem restrições, indiretamente o orçamento da Dataprev será afetado", afirma Assumpção. A estatal tem orçamento aprovado para investir neste ano R$ 100 milhões nas próximas fases do projeto de migração de plataformas. Esse aporte, no entanto, dependerá do fluxo de pagamentos que a estatal receberá dos órgãos de governo.”


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