quarta-feira, 9 de março de 2011

“Braskem acelera nova fábrica para atender demanda” (Fonte: Valor Econômico)

 “Autor(es): Vanessa Dezem | De São Paulo

Apesar de oficialmente as obras começarem apenas em abril, a Braskem já começou a tirar do papel a nova fábrica de PVC, no município de Marechal Deodoro, em Alagoas. O investimento de R$ 1 bilhão - o maior desembolso já feito pela petroquímica brasileira em uma fábrica no país desde a sua criação - permitirá acrescentar 200 mil toneladas de PVC por ano à atual capacidade da companhia.

As operações da nova unidade começam no primeiro semestre de 2012. "A nossa produção atual não comportava o salto necessário para suprir o setor. Até 2014, há grandes expectativas de crescimento do mercado de PVC", afirmou ao Valor o diretor de negócios de PVC da Braskem, Marcelo Cerqueira, justificando os investimentos.

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a capacidade instalada atual de produção de PVC no Brasil soma atualmente 810 mil toneladas por ano. O último levantamento da associação mostra que a utilização dessa capacidade era de 85% em 2009, quando o setor produziu 690 mil toneladas - já evidenciando um espaço para a ampliação da capacidade desse mercado.

"O segmento cresceu. Hoje, calculamos que a demanda no mercado brasileiro está próxima ao patamar de 1 milhão de toneladas de PVC por ano, incluindo as importações, e o consumo deve avançar de 5% a 6% ao ano", acrescentou o executivo.

Outra evidência do aumento da procura pelo produto está na elevação das importações no último ano. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Internacional (MDIC) apontam um crescimento de mais de 35% na quantidade importada de PVC pelo país em 2010, para 387 mil toneladas, sendo que em 2009 foram importadas 286 mil toneladas.

Cerca de 70% da produção de PVC brasileira é destinada à área de construção civil. Os principais clientes do setor - marcado pelo duopólio Braskem e Solvay - são as empresas de tubos e conexões, fios e cabos, além das fabricantes de janelas, forros para telhados, entre outros. Cerqueira enfatizou que o potencial dessa área está baseado nos investimentos do governo em saneamento e na área habitacional. As obras para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas também serão fatores de estímulo.

Com a nova fábrica em operação (onde deverão trabalhar cerca de 100 funcionários), a capacidade produtiva da Braskem somará 710 mil toneladas. No mesmo parque industrial de Marechal Deodoro, a empresa já tem uma unidade de 260 mil toneladas de PVC, que se somam às 250 mil toneladas produzidas em Camaçari, na Bahia.

A ideia é a aproveitar as estruturas que a companhia já tem na região, como a unidade de clorosoda em Maceió (AL) - que transforma o sal em dicloretano, um dos insumos básicos para a fabricação do PVC. O eteno, outro insumo importante, sai de Camaçari para Alagoas por tubulação. "Vamos aproveitar a matéria-prima e as pessoas que já estão lá (no parque fabril de Alagoas)", destacou o executivo.

Cerqueira acredita no desenvolvimento do mercado de PVC para aplicações que são ainda pouco representativas no setor de construção brasileiro. Para ele, existe espaço para crescimento do consumo de telhas e portas de PVC, além das tecnologias de concreto, para construção de casas.

Sobre o PVC verde (com a substituição da cadeia da nafta pela de etanol) - a Solvay informou recentemente que vai retomar o projeto de fábrica de etileno a partir do etanol - o executivo afirmou que ainda não vê um mercado que justifique investimentos nesta área. "Não temos projeto. Eu não enxergo hoje um nicho, mas sempre estamos analisando o mercado", completou Cerqueira.


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