"O acionamento das usinas térmicas a plena carga, para economizar água dos reservatórios, abriu um rombo no caixa das distribuidoras de energia. Em dezembro, a conta atingiu um valor recorde de R$ 1,389 bilhão e deixou pelo menos 13 empresas do segmento com fluxo de caixa negativo. A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) marcou, para quinta-feira, uma reunião no Ministério de Minas e Energia a fim de discutir a criação de um fundo setorial ou a abertura de uma linha de crédito de emergência.
O problema surgiu porque são as distribuidoras que arcam com a maior parte da conta imediata pelo funcionamento das térmicas. Atualmente, cerca de 13 mil megawatts (MW) médios de usinas movidas a óleo, gás e carvão estão sendo gerados para poupar os reservatórios das hidrelétricas, mesmo durante o período de chuvas. As distribuidoras podem repassar esse custo aos consumidores, mas só a partir do reajuste anual de tarifas aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Até a data de aniversário dos contratos, arcam integralmente com a despesa.
"Cada empresa tenta resolver à sua maneira, mas o cenário é preocupante", diz o presidente da Abradee, Nelson Leite. Segundo ele, distribuidoras que pertencem a grupos empresariais maiores ainda têm alguma flexibilidade, pois podem remanejar recursos de outras companhias, mas há quem se veja obrigado a recorrer a linhas de crédito de curto prazo, com juros altos, para evitar uma situação de inadimplência. Daí, uma solução que envolvesse uma linha especial de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderia atender a necessidade por capital de giro..."
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